Marinha comemora o Aniversário da Aviação Naval
Aeronave durante atividade de transporte de carga externa
No dia 23 de agosto, comemora-se o Aniversário da Aviação Naval, cuja história iniciou-se em 1916, com a criação da Escola de Aviação Naval (EAvN), na cidade do Rio de Janeiro. A Marinha foi pioneira no emprego de aeronaves militares no Brasil e contribuiu para o estabelecimento das rotas aéreas, assim como, das operações de patrulha para a defesa aérea do litoral brasileiro e suas fronteiras.
Na Amazônia Ocidental, a primeira operação da Aviação Naval remonta ao ano de 1933, quando três aviões Fairey Gordon, da 4ª Divisão de Esclarecimento e Bombardeio, partiram do Rio de Janeiro a fim de garantir a neutralidade brasileira durante o conflito fronteiriço que ficou conhecido como “Incidente de Letícia”.
Ao longo das décadas seguintes, muitas operações tiveram lugar na Amazônia, onde as aeronaves da Aviação Naval fizeram-se presentes. A real necessidade de uma Aviação Naval orgânica da Amazônia, entretanto, teve gênese no ano de 1973, com a construção dos Navios-Patrulha Fluvial (NPaFlu) Pedro Teixeira e Raposo Tavares, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), e a inerente necessidade de aeronaves orgânicas operando a partir dessa classe de navios.
Após vários estudos, no ano de 1979, o então Ministro da Marinha, Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, determinou a criação do Destacamento Aéreo da Flotilha do Amazonas (DAE-FlotAM) composto, inicialmente, por três helicópteros Bell Jet Ranger II (UH-6).
Em 18 de dezembro de 1979, foram inauguradas as instalações do DAE-FlotAM, localizado na Estação Naval do Rio Negro. Quando de sua ativação, o DAE-FlotAM era dotado de um abrigo para as aeronaves, que mais tarde viria tornar-se hangar, onde ficavam as oficinas de manutenção e as instalações administrativas. Sua tripulação era composta por três oficiais e 14 praças, sendo seu primeiro encarregado, o Capitão-Tenente Jorge da Silva Machado.
Ao longo dos 15 anos de existência, o DAE-FlotAM realizou mais de 14.000 horas de voo e 6.500 pousos a bordo nos navios da Flotilha do Amazonas.
Em 31 de janeiro de 1994, substituindo o DAE-FlotAM, foi criado o 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (EsqdHU-3), sendo ativado em 14 de abril de 1994. Em 21 de junho de 2019, foi alterada a sua denominação para 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste (EsqdHU-91).
O EsqdHU-91, com sede em Manaus, é diretamente subordinado ao Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN) e possui a missão de prover meios aéreos em apoio às unidades de superfície e de tropa e às demais Organizações Militares da Marinha do Brasil, a fim de contribuir para a aplicação do Poder Naval na área do Com9ºDN, que abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. As aeronaves do EsqdHU-91 também se fazem presentes nos estados do Pará, Amapá, Maranhão e Piauí, os quais constituem a área de jurisdição do Comando do 4º Distrito Naval (Com4ºDN). Dessa forma, o Esquadrão atua numa área que abrange metade do território brasileiro. Um desafio de alta envergadura que, honrosa e orgulhosamente, atualmente é desempenhado pelos militares e suas cinco aeronaves AS-50, também conhecidas como Esquilo monoturbina, operadas e manutenidas por uma tripulação composta de 20 Oficiais e 133 Praças.
Conhecido como “Esquadrão Tucano”, o EsqdHU-91 constitui as “Asas da Marinha na Amazônia Ocidental”. Dentre as tarefas realizadas destacam-se o apoio à Patrulha Naval, à assistência às populações ribeirinhas, às Inspeções Navais realizadas pela Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental e Organizações Militares subordinadas, às operações de adestramento e aprestamento com o 1º Batalhão de Operações Ribeirinhas, ao transporte administrativo de pessoal e de material por carga interna e externa, às missões de Busca e Salvamento (SAR) e às missões de emprego geral, atuando tanto na Área de Jurisdição do Com9ºDN, como também na área de jurisdição do Com4ºDN (PA/AP/MA/PI).
Após anos de incontáveis sucessos, vitórias e do valoroso legado deixado por gerações de aviadores navais, ficou registrado um incontável acervo de histórias navais e outros tantos ensinamentos de como lidar com as peculiaridades amazônicas, sobretudo por conta dos cenários de condições meteorológicas adversas e extremamente mutantes. Ademais, o cotidiano abastecimento por tambores, os pousos em locais desconhecidos, ou mesmo, o espanto das crianças, que por vezes não sabem da existência sequer de uma simples televisão, diante da inédita visão de um “objeto voador”, marcam as operações dos "Tucanos" na região amazônica brasileira. O profissionalismo, o esforço e a dedicação ímpar de cada um permitiu atingir a marca de mais de 47.000 horas voadas, em todos esses anos de presença da Aviação Naval na Amazônia.
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