Comando do 1º Distrito Naval: a proteção dos mais de 700 mil km² de águas brasileiras
Saiba a importância desta área de Comando, sediada no Rio de Janeiro, onde há o maior número de Organizações Militares, meios navais e pessoal da Marinha
28/02/2023 - Por Primeiro-Tenente (T) Ohana Gonçalves dos Reis Martinho, Primeiro-Tenente (RM2-T) Luiz Guilherme Costa e Guarda-Marinha (RM2-T) Caio Cézar Gomes Zóia - Rio de Janeiro, RJ
(A Marinha do Brasil está presente em todo o território brasileiro, mas, para que a administração naval seja cada vez mais eficiente, a instituição dividiu o país em nove regiões administrativas, denominadas Distritos Navais. A Agência Marinha de Notícias vai divulgar, a partir deste mês, uma série especial sobre os Distritos Navais. Conheça as particularidades da Marinha em cada região do Brasil.)
Com a concepção do Porto Maravilha, na região da zona portuária do Rio de Janeiro, os edifícios locais foram revitalizados, atraindo cariocas e turistas. Entre fachadas espelhadas e designs modernos que desafiam a própria engenharia, vê-se uma arquitetura conservada da época colonial: a sede do Comando do 1º Distrito Naval (Com1ºDN), construída entre 1750 a 1754. Quem passa pela estrutura, talvez não saiba da sua importância. O Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT) é um destacamento isolado do 1º Distrito Naval, localizado a cerca de 600 milhas náuticas (1.167 km) de Vitória (ES), no Oceano Atlântico, na Cadeia Vitória-Trindade, formada por antigos vulcões submarinos extintos. A ilha, devido à sua localização estratégica, é lotada permanentemente por um destacamento militar da Marinha. Essa ocupação garante a manutenção da soberania nacional naquele território e permite acrescentar uma importante faixa de área marítima à nossa Amazônia Azul, garantindo o direito do Brasil à respectiva Zona Econômica Exclusiva (ZEE).
Em 2011, a MB inaugurou uma estação científica na ilha, sob a coordenação do Programa de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (ProTrindade), da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) para gerenciar o desenvolvimento de pesquisas em Trindade, no Arquipélago de Martim Vaz e em áreas marítimas adjacentes, com objetivo de obter conhecimentos científicos sobre o ecossistema da região e preservar as características dos locais.
O Comandante do 1º Distrito Naval, Vice-Almirante Eduardo Machado Vazquez, explicou como funciona o apoio logístico ao POIT e o porquê da Força na ilha.
“São realizadas viagens bimestrais para a troca de tripulantes e pesquisadores, o abastecimento de gêneros e suprimentos e a manutenção de equipamentos. Na vertente soberania, a manutenção da presença permanente de um destacamento militar da MB no POIT garante o direito das futuras gerações de brasileiros à exploração das potenciais riquezas da respectiva Zona Econômica Exclusiva, da nossa Amazônia Azul, no local”.
Além de marcar presença na região, o destacamento militar executa a vigilância da ilha, coleta dados meteorológicos e oceanográficos.
Neste ano, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro deu continuidade ao mapeamento de embarcações e cascos abandonados na Baía de Guanabara, próximo à Niterói (RJ), para a destinação legal e sustentável desses materiais, por meio de processo de perdimento (perda a favor do Estado, após sentença de apreensão de um bem) e, posteriormente, leilão.
A Capitania dos Portos de Macaé (CPM) acompanhou o desempenho de Comandantes estrangeiros na simulação de manobra de embarcações offshore de elevada potência, que atuam como rebocadores, manuseio de âncoras e transporte de suprimentos no Tanque de Provas Numéricos, da Universidade de São Paulo, que é capaz de representar as condições reais encontradas em determinado porto. O treinamento é uma exigência da CPM para que as embarcações, comandadas por marítimos estrangeiros e em caráter excepcional, possam atracar no Terminal Portuário de Imbetiba, em Macaé (RJ).
Já a Capitania dos Portos do Espírito Santo mobilizou turistas e condutores de embarcações nos municípios de Aracruz e Guarapari, com a campanha educativa “Travessia Segura” e iniciou a utilização de drones para auxiliar as atividades de inspeção naval. A Capitania Fluvial de Minas Gerais realizou ações de inspeção naval no Rio Araguari, represa da Usina Hidrelétrica Capim Branco II, para verificar se a presença de estruturas flutuantes interferia na segurança do tráfego aquaviário da região. Na ocasião, foram identificadas e notificadas 102 estruturas irregulares, sem a consulta prévia à Autoridade Marítima.
Ainda no ano passado, ocorreu o Velas Latinoamérica 2022. O evento, que recebeu cerca de 10 mil visitantes na zona portuária do Rio de Janeiro, contou com contemplação pública aos veleiros, apresentações culturais, cerimoniais à bandeira comentados, visitas de diversas autoridades internacionais, tudo isso com o intuito de propiciar o intercâmbio profissional e cultural entre as marinhas latino-americanas.
O Salvamar Sueste possui 11 subcentros de salvamento, que realizam o monitoramento do controle do tráfego marítimo de interesse, por meio do Sistema de Informações Sobre o Tráfego Marítimo, do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite e do Sistema Marítimo Global de Socorro e Segurança.
Em 2022, foram registrados 19 SAR, que resultaram em 85 pessoas salvas com vida e 3 mortes. Um caso recente foi uma evacuação aeromédica de um jovem com princípio de infarto em um navio, que se encontrava a 100 milhas náuticas (185 km) de Vitória (ES). Uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros Antissubmarinos foi acionada pelo Salvamar Sueste e resgatou o passageiro.
Saindo da área operativa, o 1º Distrito Naval oferece outros serviços relevantes, como o alistamento e recrutamento militar, e, por intermédio da Escola de Aprendizes-Marinheiros do Espírito Santo (EAMES), contribui para o Programa de Forças no Esporte, do Ministério da Defesa, que promove atividades esportivas, lazer, alimentação saudável, reforço escolar, desenvolvimento de habilidades profissionais e ações cívico-sociais a milhares de crianças e adolescentes brasileiros.
O Comando do 1° Distrito Naval é responsável pela manutenção e abastecimento do POIT
Militares em ação nos Jogos Olímpicos Rio 2016
Navio-Patrulha Oceânico “Apa” transporta cilindro de oxigênio
Escola de Aprendizes-Marinheiros do Espírito Santo é responsável pelo alistamento e recrutamento militar
Edificação centenária do Com1ºDN, conhecida como “Armazém do Sal” no século XVIII, foi Arsenal de Marinha
Chegada dos Navios participantes do Velas Latinamerica 2022
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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